20070206

Referendo

Se há coisa que me irrita é querermos à viva força obrigar os outros a viver segundo o nosso modelo de vida. Eu pensava que o tempo das cruzadas já tinha passado e que a civilização ocidental, depois de duas guerras mundiais e um genocídio, tinha aprendido a ser tolerante. Estava enganado. Esta última década tem-se encarregado de me desmentir.

Vem isto a propósito do referendo do próximo dia 11.

Não fosse o referendo ser uma alteração ao código penal, eu, pelo facto de ser homem, nem deveria ser chamado a pronunciar-me. Porque este é um assunto que apenas à mulher diz respeito. Mulher, assim, no singular e não mulheres, no plural.

E sendo assim, o referendo dos valores morais já foi feito há muito e é irreversível. Aliás, esse referendo é feito diariamente pela consciência de cada mulher que tem que tomar uma decisão.

O código penal actual não impede esta decisão, limita-se a distribuir pedras. Não serei eu a atirar a primeira.

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